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O trabalho remoto ficou no passado?

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O trabalho remoto, que foi essencial durante a pandemia, começa a perder espaço. Segundo um levantamento do LinkedIn, a oferta de teletrabalho caiu 14% em um ano. Dados do Infojobs de janeiro de 2024 revelam que 94,8% das 7.010 ofertas de emprego no Brasil são para posições totalmente presenciais.

Diante disso, surge a pergunta: será que o trabalho remoto está ficando no passado?

 

Embora o cenário atual mostre um retorno significativo ao modelo presencial, é importante refletir sobre os motivos por trás dessa mudança e o que isso realmente significa para o futuro do trabalho. Durante a pandemia, as empresas foram forçadas a se adaptar rapidamente ao home office, descobrindo que muitas funções poderiam ser realizadas remotamente sem perda de produtividade. Em alguns casos, houve até ganhos, como o aumento do bem-estar dos funcionários e maior flexibilidade.

 

No entanto, com a retomada das atividades presenciais, muitas empresas passaram a priorizar a ida ao escritório. A crença de que a proximidade física melhora a colaboração, a cultura organizacional e a supervisão direta são algumas das razões que justificam esse retorno. Além disso, setores que dependem mais de interações presenciais, como indústrias e serviços de atendimento direto, nunca conseguiram aderir totalmente ao teletrabalho.

Imagem retirada de banco de dados licenciado

 

Por outro lado, há uma resistência significativa de parte dos trabalhadores. Uma pesquisa do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) indicou que 80% dos trabalhadores brasileiros que tiveram a experiência do home office preferem manter ao menos um modelo híbrido, que ofereça flexibilidade. Esse desejo é sustentado pelos benefícios percebidos, como a economia de tempo com deslocamentos e a melhoria da qualidade de vida.

 


 

Para algumas áreas, o trabalho remoto está longe de ser um capítulo encerrado. Profissões nas áreas de tecnologia e marketing, por exemplo, continuam a oferecer uma proporção maior de vagas para teletrabalho. A globalização e o crescimento das plataformas digitais também são fatores que garantem a sobrevivência do modelo remoto, ao menos em certos segmentos.

 

Portanto, apesar da queda na oferta de trabalho remoto em 2024, o modelo não está necessariamente "no passado". A preferência pelo presencial reflete, em parte, a busca das empresas por retomar a normalidade. Contudo, o teletrabalho já mostrou seu valor e, para muitos profissionais e setores, ainda é uma realidade necessária. O desafio agora é encontrar o equilíbrio certo entre flexibilidade e presença física, adaptando o modelo de trabalho ao que realmente funciona para cada organização e colaborador.

 

 
Caroline Gonçalves - Analista de comunicação da Place e Jornalista

Caroline Gonçalves - Analista de comunicação da Place e Jornalista

03 de outubro de 2024

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