A contratação de profissionais como Pessoa Jurídica (PJ) tem se tornado uma alternativa estratégica para muitas empresas. O modelo permite mais flexibilidade e pode reduzir custos operacionais, mas também exige cuidados jurídicos rigorosos para não se transformar em uma relação de emprego disfarçada, o que é ilegal e pode gerar passivos trabalhistas significativos. Confira regras para esse tipo de vínculo que respeitam as leis.
O principal ponto de atenção é: não pode haver vínculo empregatício.
Isso significa que o contrato deve evitar elementos que caracterizam uma relação CLT, como:
• Subordinação direta (o PJ não deve ter chefe ou seguir horários fixos);
• Pessoalidade (o serviço pode ser prestado por outra pessoa indicada pela empresa contratada);
• Habitualidade e exclusividade (o profissional não deve trabalhar exclusivamente para uma empresa, sem autonomia);
• Onerosidade típica de CLT, como salário fixo mensal independente da entrega de resultados.
O contrato precisa deixar claros os serviços prestados, o prazo, as entregas esperadas e a autonomia do prestador. Quanto mais transparente e objetivo o acordo, menor o risco de caracterizar vínculo empregatício. Nesse cenário, é possível oferecer benefícios para PJs?
Embora a lei não obrigue, nada impede que a empresa ofereça benefícios voluntários, desde que sejam, opcionalmente, previstos em contrato, como parte da remuneração total e sem caráter de obrigação ou continuidade, ou seja, podem ser ajustados por período ou projeto.
Separamos alguns exemplos de benefícios seguros e bem-vistos pelo mercado:
• Vale-alimentação ou refeição via reembolso;
• Auxílio para saúde ou bem-estar, como gympass, telemedicina ou convênio odontológico;
• Folga de aniversário ou pausas programadas após grandes entregas;
• Férias remuneradas negociadas como período de inatividade contratual (suspensão temporária do contrato com pagamento acordado).
O modelo PJ ainda é recente e carece de maior maturidade no Brasil. Mas, com orientação jurídica adequada, contratos bem estruturados e benefícios pensados de forma estratégica, é totalmente possível construir relações sustentáveis, justas e atrativas.